sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

De volta a escola

De volta a escola

Um dia, uma Escola decidiu fazer uma pesquisa entre seus alunos para avaliar seus gostos e desgostos no dia-a-dia da escola. Em quatro perguntas:
O que você mais gosta, o que você menos gosta na escola, o que você quer que tenha mais, o que você quer que tenha menos.
Muitas foram as respostas: queriam piscinas maiores, quadras cobertas, etc. Mas um deles me chamou a atenção e provocou reflexão. Era assim: 
1)      O que você mais gosta?
R: Recreio
2)      O que você menos gosta?
R: Aula
3)      O que você quer que tenha mais?
R: Recreio
4)      O que você quer que tenha menos?
R: Aula
Simples assim!
Atenção, os questionários eram identificados e se tratava de um bom aluno. Claramente a opinião dele resumia a de muitos outros. Talvez todos.
Não gostam de aprender? Não querem?
Jean Piaget que estudou intensamente o desenvolvimento e a aprendizagem diz que há um movimento natural em busca do conhecimento. O conceito de sujeito cognoscente refere-se  ao sujeito que busca conhecimento e se desenvolve resolvendo os desafios do ambiente.
Não é difícil observar isso: os bebês exploram tudo, levam tudo a boca para conhecer, querem pôr a mão em tudo, até nas tomadas. Jogam longe os brinquedos vendo se voltam, se rodam.
Freud ao descrever as fases do desenvolvimento define que ao elaborar o complexo de Édipo, a criança entra em um período chamado latência, no qual forças afetivas ficam como que adormecidas e o interesse volta-se para o mundo.
Vemos essa curiosidade quando as crianças observam a natureza, quando fazem muitas perguntas, quando chutam a bola muitas vezes até acertar, investigando a melhor posição, a força necessária para acertar o gol.
Ficam interessados sim no mistério dos planetas, na vida dos animais, na história das coisas, nas aventuras dos homens.
Agora, no substantivo? Que é o nome de todas as coisas??? É difícil.
Daí sim tem que ter um bom recreio, para suportar o período de aula.
E no recreio, brincar e interagir: é o que mais querem. Transborda interação pra dentro da sala de aula nas conversas, nas brincadeiras.
 Conheço grandes professoras que transformam matemática em jogo, história em aventura, biologia em pesquisa da vida, geografia em plano de viagem.
A todos, alunos e professores um bom ano letivo!
Que venha 2011!








quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre tragédias no mundo

Trabalho em argila- autor de 8 anos

“Novo bombardeio de Londres, vovó. Centenas de aviões voaram sobre a cidade. Um colosso de bombas. Quarteirões inteiros destruídos. Inúmeros incêndios. Mortos a beça.
O rosto de Dona Benta sombreou. Sempre que punha o pensamento na guerra ficava tão triste que Narizinho corria a sentar-se em seu colo para animá-la. Não fique assim vovó. A coisa foi lá em Londres, muito longe daqui.
--- A humanidade forma um só corpo...Uma bomba que cai numa casa em Londres e mata uma vovó de lá, como eu, e fere uma netinha como você, ou deixa aleijado um Pedrinho de lá, me dói tanto como se caísse aqui.... Meu coração anda cheio de dor de tantas avós e mães que choram a morte de seus filhos e netinhos.” Monteiro Lobato ( A chave do tamanho)


Trabalho em argila -autor de 8 anos
“...Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles.
E não se cura de fora ..."
Fernando Pessoa